O Grande Espetáculo dos Iludidos
Senhoras e senhores, bem-vindos ao circo! Aqui, de um lado do picadeiro, temos os que acreditam que um certo encantador de serpentes revolucionou a política ao trazer esperança aos pobres — enquanto enchia os bolsos de amigos e convencia sua plateia de que o paraíso estava logo ali, atrás do próximo escândalo. Ele é um mestre, um verdadeiro artista do ilusionismo, capaz de transformar corrupção em “narrativa”, incompetência em “legado” e seus próprios erros em culpa dos outros. O público aplaude, encantado, mesmo quando a lona está caindo aos pedaços e o ingresso custa cada vez mais caro.
Do outro lado, temos o domador de leões de araque, que brada aos quatro ventos sobre ordem e progresso, enquanto tropeça na própria retórica e se enrola nas coleiras que ele mesmo criou. Ele bate no peito e grita contra o sistema, mas nunca larga os privilégios dele. Prometeu ser o salvador, mas, no fim, só conseguiu provar que, para alguns, o conceito de “mito” é sinônimo de “decepção embalada em fanatismo”. Os fiéis seguidores berram que ele é um herói injustiçado, mesmo quando ele pisa no próprio rabo.
E no centro do espetáculo, o público — essa plateia apaixonada, sempre pronta para aplaudir o truque mais batido e jogar tomates na verdade. Eles se digladiam nas arquibancadas, gritando insultos e juras de amor a seus mestres de cerimônia, sem perceber que são apenas figurantes no show da própria ignorância. Dizem odiar um ao outro, mas compartilham o mesmo talento especial: a devoção cega.
Afinal, no circo da política brasileira, o espetáculo nunca acaba. Mas os palhaços continuam os mesmos.
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