No Brasil, a cultura sempre foi sinônimo de luta, resistência e talento. Mas também tem sido, em muitos casos, uma verdadeira festa para os espertinhos. Enquanto artistas de verdade ralam para conseguir espaço, apoio e visibilidade, um grupo seleto se aproveita da arte como um ótimo negócio – para eles, é claro.
O roteiro é conhecido e repetido de Norte a Sul do país: editais que parecem ter nome e sobrenome antes mesmo de serem lançados, espaços públicos que viram praticamente sede fixa de certos “coletivos” e eventos culturais que, por incrível que pareça, sempre têm os mesmos protagonistas. Será coincidência? Ou será que, no Brasil, a cultura tem seus “donos”?
O problema não é novo, nem exclusivo de uma cidade ou estado. Basta olhar o cenário nacional para perceber que há quem enxergue a cultura não como um direito coletivo, mas como um trampolim pessoal. Enquanto verdadeiros artistas se desdobram para manter a arte viva, buscando patrocínio, enfrentando burocracias e tentando driblar a falta de incentivo, há aqueles que, com um bom networking e um discurso bem ensaiado, sempre conseguem o que querem – sem necessariamente entregar grande coisa em troca.
A arte, nesse modelo, vira apenas um detalhe. O importante é estar bem relacionado, saber os caminhos certos e, claro, dominar a velha arte da “conversa fiada”. E assim, a cultura brasileira vai se dividindo entre quem realmente cria e quem apenas se beneficia.
O que sobra para os artistas de verdade? A batalha diária para provar que cultura não deveria ser um clube fechado. Que talento deveria falar mais alto do que amizades estratégicas. E que, no fim das contas, a arte precisa ser de todos – e não apenas dos que aprenderam a transformá-la em um ótimo negócio pessoal.
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